Me conta uma coisa aqui no segredo: quando você está absorvido nas suas mensagens do whatsapp ou submerso no instagram você presta atenção ao que o seu filho diz?
Ou só acha que está prestando? Já imaginou você tentando ter uma conversa importante com seu filho adolescente e ele não prestar atenção em absolutamente nada porque estava em algum chat da vida? O que será que estamos ensinando aos nossos filhos ao não tirar os olhos da tela? Como será que fica a nossa relação com eles?
Uma pesquisa realizada com 1.521 crianças de 6 a 12 anos pela Highlights, uma revista infantil norte-americana, mostrou que 62% das crianças reclamam que os pais estão distraídos demais para ouvi-los.
E, claro que os celulares foram os principais responsáveis por isso. Em 28% dos casos, pais e mães estavam tão entretidos com o aparelho que mal prestavam atenção aos filhos. E não é só: juntos, celulares, TV’s, smartphones e tablets foram a causa desse distanciamento entre filhos e pais em 51% dos casos.
E digo por mim, pela realidade da minha casa, vivo isso como vocês, por isso, sem julgamentos! Não há como negar que os celulares se tornaram quase uma extensão das pessoas: passam a noite na mesa de cabeceira, acompanham seus donos ao trabalho, no carro e até na hora da refeição. Os celulares estão no bolso, nas mãos, nas mesas, nos quartos, e fico triste quando sinto que já não há uma troca entre filhos e pais.
Me dói o coração quando meu marido chega em casa e a primeira coisa que meu filho fala quando o vê é: “papai, deixa eu jogar no seu celular?” A maneira como você se relaciona com a tecnologia vai servir de espelho para o seu filho. Então, se não queremos nossos filhos viciados e sem muita conexão verdadeira com a gente, precisamos pensar em primeiro lugar na nossa relação com a tecnologia.
Logo, que tal começarmos a agir diferente? Se você se sente perdido sem o tablet no carro para distrair as crianças, quem sabe chegou a hora de começar a usar a criatividade? Você não sabe mais os nomes dos amiguinhos do seu filho? Talvez você se encaixe na estatística da primeira pesquisa e não esteja prestando atenção suficiente ao seu pequeno.
E depois de repensar na sua relação com a tecnologia, chegou a hora de pensar no presente que o Bom Velhinho vai trazer para seus filhos. Se na hora de escrever a cartinha para o Papai Noel seu filho, além de contar sobre suas conquistas nesse ano, dizer que se comportou bem e que aguarda ansioso o tão esperado tablet, você não está sozinho.
Um levantamento do Datafolha, realizado com pais de crianças até 12 anos, mostrou que o presente mais cobiçado este ano são esses populares gadgets: eles encabeçam a lista de desejos de 8% dos pequenos paulistanos para o Natal. Surpreendentemente (ou nem tanto) o tablet conseguiu superar até as bicicletas, que são tradicionalmente um dos presentes mais desejados, mas que ficaram com apenas 3% das respostas registradas pela pesquisa.
Esse deslumbramento pela tecnologia não acontece à toa. A agitação, as luzes, as cores, as animações e os sons que aparecem na tela de tablets e smartphones são superestimulantes para as crianças e, naturalmente, despertam sua atenção.
A boa notícia é que, na dose certa, isso pode até contribuir para o desenvolvimento delas. O problema é que a maioria dos pais não tem consigo fazer essa dosagem e depois fica muito complexo conseguir equilibrar e o malefícios são infinitamente maiores na vida das crianças: agitação, agressividade, nervosismo, dentre outros. Além de um dos maiores problemas: o fato de o contato exagerado com a tecnologia minar o principal ingrediente do desenvolvimento de qualquer criança: o afeto. Bebês precisam 100% da interação humana.
O bebê aprende a falar, a mover os lábios a emitir os sons por meio do contato com seus cuidadores. Tablet não é babá eletrônica: não substitui o contato com a mãe, com o pai ou com os irmãos. Estamos banalizando a tecnologia e trocando o que a gente chama de aspecto afetivo do relacionamento mãe e filho por ela. Em vez de aconchegar os filhos, muitos os entretêm com os aparelhos eletrônicos.
É preciso estar muito atendo a esse vício que nós mesmos estamos provocando nos nossos filhos. Se você perceber, por exemplo, que o seu filho prefere ficar em frente ao celular ou ao computador em vez de sair para brincar com amigos, se divertir no parquinho ou ir ao clube, é hora de agir e repensar o uso da tecnologia aí na sua casa.
Está provado que o excesso de contato com aparelhos eletrônicos, além do que mencionei acima, pode causar distúrbios de sono, queda do rendimento escolar, problemas de audição, problemas de visão (como síndrome do olho seco), problemas de postura, dores de cabeça e até deficiência de vitamina D.
Por isso tudo…que tal repensar esse presente de Natal? Há tantas maravilhas na vida a “dois” com nossos filhos que eu, particularmente, vou adiar esse presente ao máximo que conseguir.
Meus filhos têm 4 e 7 anos e se você quer minha resposta para o título desse texto é: NÃO! Quando dar então, Fernanda? Não sei ao certo, mas uma coisa eu digo: adie ao máximo.
Posso até pagar língua, mas aqui em casa não pretende que meus filhos tenham tablet ou celular antes dos 11/12 anos. Podem o usar o celular do pai de vez em quando…e está ótimo por enquanto. Sair pra andar de bicicleta vai ensiná-los muito mais, tenho certeza! E você? O que acha disso?
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Beijocas no seu coração de mãe!