Resposta simples, objetiva e complexa: entendendo primeiramente às suas próprias emoções!!! Só assim você poderá entender os sentimentos dos seus filhos. Sabe por que? A maioria das vezes que não conseguimos compreender o que realmente nossos filhos estão sentindo é porque a nossa emoção é transbordada e gritamos, punimos, silenciamos nossos filhos e não criamos uma espaço seguro para que eles se expressem na sua essência. Um choro porque um brinquedo estragou vira um gatilho enorme para nossa raiva. Um filho que bate no irmão acessa uma ira enorme em nós. Um filho que sofre bullying nos faz atacar o outro e nos enche de tristeza fazendo que nosso senso de proteção não deixe que nossos filhos vivam a frustração e sua própria tristeza. Ou seja:
Administrando as emoções das crianças:
- Gerencie e filtre suas emoções, não deixe que seus sentimentos sejam uma avalanche na vida de seus filhos.
- Se cuide! Autocuidado é a base para você conseguir ficar bem para se conectar com seus filhos. Mães felizes e tranquilas = filhos acolhidos!
- Crie um espaço seguro e atento para que seus filhos expressem suas emoções. Seja menos reativo. Seu filho chorou, gritou, bateu? Pare! Respire! Cuide e observe seus gatilhos. Seu filho pode estar precisando da sua atenção e não do seu grito.
Crianças que desenvolvem a inteligência emocional através do modelo de seus pais, que se sentem ouvidos, acolhidos e têm suas emoções validadas são mais equilibrados e têm uma melhor qualidade de vida. Além disso, têm menos riscos de apresentar quadros de depressão e ansiedade, situação muito recorrente nos últimos tempos.
Por isso, nós, como pais, temos o dever de ajudar nossos filhos a lidar com seus sentimentos para que eles se tornem adultos maduros emocionalmente e autoconfiantes.
Como podemos entender as emoções das crianças?
- Valide as emoções de seus filhos, nomeie, mesmo que tenha que fazer suposições. Quando uma pessoa não sabe lidar com seus sentimentos, ela se torna instável e prejudica sua saúde mental e de outros, principalmente dos familiares e filhos. Então, quando meu filho me diz que está com raiva de alguém, não devo julgá-lo por isso, pois a raiva é um sentimento comum. O que devo fazer é perguntar a ele porque está irritado e ensiná-lo a lidar com a situação. Exemplo: “Filho, isso que você está sentindo é raiva. Quando nos sentimos assim ficamos bravos e sentimos mesmo vontade de bater nos outros e gritar, eu te entendo…”
- Ensine o que fazer quando aquele sentimento tomar conta do corpinho e da mente do seu filho: “Eu entendo que você fique com vontade de bater no seu irmão, mas isso não é gentil. Quando você tiver com raiva você pode ir para o seu quarto, bater nas almofadas, respirar, contar até 10, mas bater nas pessoas não é uma opção.
- Ser firme e gentil: viu como é possível ser gentil até quando nossos filhos passam dos limites e ser firme estabelecendo limites que vão ensinar a criança o que fazer?
Precisamos entender que as emoções são sensações físicas e emocionais provocadas por algum tipo de estímulo, que pode ser um sentimento ou um acontecimento. Situações de tristeza, felicidade, angústia e raiva são normais para qualquer ser humano e são importantes para o desenvolvimento cognitivo e socioemocional das crianças. Não existem emoções boas e ruins. Nossos filhos precisam aprender a conviver com todas elas. E quando uma criança não consegue lidar com seu lado emocional desde cedo, ela tem uma tendência maior a desenvolver problemas como ansiedade e depressão. E se a criança é estimulada a reprimir seus sentimentos, como por exemplo:
– “Cala a boca, engole esse choro, vai dar piti por causa disso?”
Ela pode se tornar uma “panela de pressão” pronta para explodir a qualquer momento. Com isso, as emoções ficam acumuladas e desordenadas, causando um descontrole emocional que pode piorar à medida em que a criança cresce. Então, saber trabalhar emoções com crianças é um verdadeiro desafio para os pais diante da imensidão de tarefas que envolvem a vida familiar, pessoal e profissional ao mesmo tempo.
No entanto, é necessário separar um tempo para nossos filhos, pois eles devem ser prioridade em nossas vidas. Além disso, quanto mais tempo de qualidade dedicarmos a eles, maiores as chances deles se tornarem adultos emocionalmente inteligentes.